A boca é a porta de entrada para o corpo, e quando os micro-organismos que vivem na boca estão em desequilíbrio ocorrem alterações como cárie, gengivite, e mau hálito.
A maior parte das bactérias bucais vivem nos dentes e na língua. O controle da saburra lingual (língua esbranquiçada) é muito importante, principalmente ao acordar de manhã. A saburra lingual contém bactérias, resíduos de alimentos, células mortas, e toxinas que o organismo quer eliminar.
A raspagem da língua com raspador de cobre ao acordar ajuda a controlar os micro-organismos bucais e combater a disbiose. O cobre também possui efeito antimicrobiano e não acumula sujidade com o tempo.
A IMPORTÂNCIA DA BOCA E DA MASTIGAÇÃO
A boca tem papel essencial para a nossa sobrevivência e está envolvida na NUTRIÇÃO, COMUNICAÇÃO e DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL. O ato de se alimentar envolve respiração, sucção, mastigação e deglutição. O desenvolvimento craniofacial determina contorno, forma e harmonia das arcadas.
Quando nascemos, ao sermos amamentados naturalmente pelo seio materno, vamos maturando os reflexos neurais de respiração, sucção, e deglutição para que aconteçam de forma sincronizada e assim, preparando estes reflexos para a função mastigatória que é mais complexa, que só se dará quando aparecerem os primeiros dentes em boca. A mastigação é sem dúvida uma das funções mais importantes do ser humano. É através dela que nos desenvolvemos em todas as fases da nossa vida, com exceção da fase de aleitamento materno onde ainda não dispomos dos dentes, mas estamos nos preparando para tê-los.
A mastigação faz parte das funções do sistema estomatognático, sendo a parte inicial do processo digestivo. Tem como função a fragmentação dos alimentos, permitindo junto com a saliva a mistura do bolo alimentar. A saliva, por sua vez, lubrifica e quimicamente dilui os alimentos, facilitando a deglutição. A partir do nascimento dos dentes decíduos ou de leite, aos seis meses de idade, começamos a aprender a mastigar usando músculos mastigatórios, língua e lábios, maturando estes movimentos e sincronizando respiração e deglutição. Por isto a importância de não facilitarmos a alimentação infantil com alimentos pastosos e sem consistência. É importante que tenhamos o conhecimento da importância da estimulação do bebê nesta parte física, onde ele próprio vai se descobrindo segurando os alimentos e levando-os à sua boca. A mastigação é um ato fisiológico complexo que envolve atividades neuromusculares, controladas pelo Sistema Nervoso Central por meio de receptores nos dentes, periodonto e músculos mastigatórios. No ato de mastigar participam: dentes, músculos, glândulas salivares, palato duro (céu da boca), articulação temporomandibular (ATM), e ossos maxilares. A digestão, tão importante para a nossa saúde, que degrada os alimentos para que seus nutrientes sejam absorvidos pelo organismo, começa pela boca, através de uma mastigação equilibrada.
A boca é o primeiro compartimento digestivo responsável por produzir o bolo alimentar, com o auxílio da mastigação e da saliva. O alimento bem mastigado é mais facilmente degradado e absorvido pelo organismo, pois partículas menores de alimento propiciam que a saliva as envolva de uma maneira mais eficiente favorecendo a ação das enzimas da digestão, permitindo assim uma melhor passagem intestinal.
O hábito de mastigar bem precisa ser readquirido, pois a vida moderna, com a sua velocidade, faz as pessoas mastigarem pouco, engolindo porções inteiras, dificultando a digestão e a função intestinal. A falta de dentes também dificulta muito a mastigação, e dentes faltando precisam ser repostos. Não é à toa que temos hoje tantos problemas digestivos e intestinais, engasgos, refluxos gastroesofágicos e constipação.
ALTERAÇÕES DO PROCESSO DE DIGESTÃO
É muito comum nos nossos tempos as dispepsias (alterações no trato gastrointestinal), que podem ser de origem específica como úlceras, parasitoses intestinais ou neoplasias (tumores), e também as relacionadas a maus hábitos alimentares e mastigação deficiente. Por isto a importância de termos todos os nossos dentes em boca e sadios, sejam naturais ou próteses, para que cumpram a sua função mastigatória.
A IMPORTÂNCIA DA SALIVA NA MASTIGAÇÃO
A saliva é um fluido biológico bucal, transparente, secretado pelas glândulas salivares diretamente na cavidade bucal. É composta basicamente de 99% de água e possui 1% de componentes orgânicos (proteínas e glicoproteínas) e inorgânicos. A saliva cumpre uma larga função nas necessidades fisiológicas como: PROTEÇÃO DA CAVIDADE BUCAL, do epitélio gastrointestinal e da orofaringe; IMUNIDADE, equilibrando o PH da cavidade bucal com sua capacidade tampão regulando o PH da boca, para que os micro-organismos patológicos não se desenvolvam; DIGESTÃO, preparando o bolo alimentar.
As glândulas salivares produzem 1L a 2L de saliva por dia. A saliva é renovada na cavidade bucal 2 vezes por minuto. Durante o sono a taxa salivar é baixa, aumentando quando do estímulo das glândulas salivares através do centro salivar no cérebro. Na velhice, temos uma diminuição de nossos hormônios e a boca também sente a diminuição da secreção das glândulas salivares. Esta diminuição de saliva favorece o pH bucal ficar ácido, trazendo o aparecimento de doenças orais como mucosites, periodontites, cárie dentária e outras. A mastigação faz parte das funções do Sistema Estomatognático, sendo a parte inicial do processo digestivo. Tem como função a fragmentação dos alimentos, permitindo junto com a saliva a mistura do bolo alimentar. A saliva, por sua vez, lubrifica e quimicamente dilui os alimentos, facilitando a deglutição. A partir do nascimento dos dentes decíduos ou de leite, aos seis meses de idade, começamos a aprender a mastigar usando músculos mastigatórios, língua e lábios, maturando estes movimentos e sincronizando respiração e deglutição. Por isto a importância de não facilitarmos a alimentação infantil com alimentos sem consistência e pastosos. É importante que tenhamos o conhecimento da importância da estimulação do bebê nesta parte física, onde ele próprio vai se descobrindo segurando os alimentos e levando-os à sua boca. A mastigação é um ato fisiológico complexo que envolve atividades neuromusculares, controladas pelo Sistema Nervoso Central por meio de receptores nos dentes, periodonto e músculos mastigatórios. No ato de mastigar participam: dentes, músculos, glândulas salivares, palato duro (céu da boca), articulação temporomandibular (ATM), e ossos maxilares. A digestão, tão importante para a nossa saúde que degrada os alimentos para que seus nutrientes sejam absorvidos pelo organismo, começa pela boca, através de uma mastigação equilibrada. A boca é o primeiro compartimento digestivo responsável por produzir o bolo alimentar, com o auxílio da mastigação e da saliva. O alimento bem mastigado é mais facilmente degradado e absorvido pelo organismo, pois partículas menores de alimento propiciam que a saliva as envolva de uma maneira mais eficiente favorecendo a ação das enzimas da digestão, permitindo assim uma melhor passagem intestinal.
DISBIOSE BUCAL E O INTESTINO
Você já ouviu falar em disbiose?
Sabemos que são as bactérias presentes na boca as responsáveis pelas cáries dentárias, e que a falta de higiene para o controle dessas bactérias, e uma dieta rica em açúcar (o qual ao ser consumido pelas bactérias, cria ácidos que irão corroer os dentes), favorecem o surgimento das cavidades de cárie com o tempo. Podemos pensar na seguinte equação:
Açúcar + Bactérias = Ácido
Ácido + Dentes = Cárie
Isso é uma verdade incontestável, porém a pergunta que fazemos é “por que muitas pessoas comem grande quantidade de açúcar e não têm cáries, enquanto outras pessoas escovam seus dentes cuidadosamente e usam o fio dental, e mesmo assim têm cáries”?
Apenas recentemente que passamos a compreender o papel complexo das bactérias na boca e no corpo. Nossa boca está em constante equilíbrio com as bactérias que ajudam a manter nosso corpo saudável e nosso sistema imunológico ativo. A cárie dentária nada mais é do que uma doença da boca mostrando que está havendo um desequilíbrio nas bactérias normais que habitam a nossa boca, e isso também pode significar algum problema em outro local do nosso corpo. O equilíbrio dos microrganismos que normalmente habitam nosso corpo é muito importante para a nossa saúde. Quando ocorre um desequilíbrio das bactérias normais (microbioma) que habitam em nosso organismo é chamado de DISBIOSE.
Desde a invenção do microscópio sabemos que existe vida invisível por toda parte, inclusive no exterior e interior do nosso corpo. Na verdade, a questão é mais sobre como manter o equilíbrio entre as diferentes espécies de microrganismos, do que lutar contra invasores. Bactérias muitas vezes relacionadas a doenças também vivem em nosso organismo saudável. Por exemplo, da mesma maneira que o Helicobacter pilori vive em nosso estômago saudável, as bactérias que causam doenças também vivem em bocas saudáveis. Ou seja, na “placa” bacteriana dos dentes existe um equilíbrio.
Nosso corpo funciona como uma grande orquestra, e se algo não está funcionando em uma parte do corpo isso tem ligação com o corpo inteiro. Da mesma forma que as bactérias da placa (biofilme dental) produzem ácidos que corroem os dentes, na presença de açúcar, hoje sabemos que essas mesmas bactérias são importantes para a preservação dos nossos dentes. Embora na composição do esmalte dental não tenha nenhuma célula viva, as bactérias do biofilme dental povoam toda a superfície do esmalte. O esmalte dos dentes troca constantemente minerais e nutriente com a saliva. Quando mastigamos os alimentos, a saliva inicia o processo de digestão que diminui o pH da boca. Essa mudança de acidez retira cálcio e fosfato do esmalte. Porém as bactérias presentes no biofilme dental também necessitam desses minerais, e ajudam a devolver o cálcio e o fosfato de volta para os dentes, mantendo o equilíbrio e a saúde.
Todavia, em nossa boca e no restante do corpo existem diferentes tipos de bactérias, boas e más. Bactérias de metabolismo rápido (como as cariogênicas) consomem muito açúcar e carboidratos processados da dieta, se multiplicam rapidamente, e a velocidade de produção de ácidos se intensifica. São bactérias más. Nessa situação, os minerais presentes na saliva e no próprio biofilme não são suficientes para equilibrar a produção de ácidos. Dessa maneira, começa um processo de desmineralização do próprio dente, e bingo, surgiu uma cárie. A cárie não é uma infecção bacteriana. Cárie é uma condição onde a nossa dieta obriga as bactérias da nossa boca a modificarem o seu metabolismo, pois nossas bocas não foram planejadas para se adaptarem aos desequilíbrios proporcionados pela dieta moderna. Ao longo do tempo, principalmente com a revolução industrial, a diversidade bacteriana em nossa boca diminuiu drasticamente, e o equilíbrio do microbioma foi prejudicado. Farinha branca e açúcar refinado servem de combustível imediato para as bactérias ruins (de metabolismo rápido), desequilibrando a proporção bacteriana em nossa boca, e, portanto, reduzindo a diversidade da microbiota, o que causará problemas. E o mesmo desequilíbrio pode ocorrer em nosso intestino, levando a doenças mais sérias.
Quando nossa gengiva sangra significa que existe uma inflamação no corpo, e se existe inflamação significa que nosso sistema imunológico está ativado. Uma inflamação simples na gengiva pode significar desequilíbrio local do microbioma, e muitas vezes pode ser resolvida apenas com escovação e fio dental. Porém, quando existe uma inflamação crônica na gengiva, com sangramento persistente, e inclusive perda óssea ao redor dos dentes, significa uma doença periodontal, inflamação crônica onde existe uma disbiose desde a boca até o intestino, causando uma inflamação crônica no corpo inteiro, visto que está havendo uma super-reação do sistema imunológico, e o intestino é o centro de controle do nosso sistema imunológico. A doença periodontal está associada a doenças cardiovasculares, artrite reumatoide, Alzheimer, doenças pulmonares, crianças prematuras, alergias, síndrome metabólica, diabetes, etc.
Nosso intestino é muito mais do que um tubo ligado com a nossa boca e que completa a digestão daquilo que comemos. O intestino é habitado por uma numerosa microflora, um complexo ecossistema, dentre vírus, fungos e bactérias, e eles produzem compostos que matam bactérias perigosas, filtram materiais nocivos dos alimentos, e estimulam a produção de muco. O epitélio que reveste o intestino forma uma barreira seletiva, porém algumas situações, como alguns medicamentos, podem prejudicar o funcionamento do nosso intestino, alterando a barreira intestinal, principalmente os antibióticos, que causam disbiose.
Cerca de 2500 anos atrás, o médico grego Hipócrates, considerado o “pai da Medicina”, disse que “todas as doenças começam no intestino”. Desde a Medicina antiga, a saúde do sistema digestório sempre foi considerada a chave do bem-estar geral. O intestino é preenchido com trilhões de bactérias, e isso é apenas uma extensão do que começa na boca. A boca é onde tudo começa, é a porta de entrada para a microbiota intestinal. Cada vez que engolimos a saliva, enviamos milhares de bactérias para o intestino. Cerca de 80% das células imunes do corpo estão localizadas no sistema digestório. As bactérias do intestino enviam mensagens que estimulam o sistema imunológico em todo o corpo, principalmente quando comemos fibra na alimentação. Bactérias que processam fibras têm o metabolismo lento, são chamadas probióticos, bactérias boas que processam carboidratos complexos. Como tudo entra pela boca, quanto mais saudável nossa boca e a sua microbiota, mais saudável será nosso intestino, nosso sistema imunológico e nosso corpo inteiro.
Quando temos uma boca que cumpre a sua função corretamente teremos também dentes sadios, não é somente por uma boa escovação ou por não comer doces que não teremos cáries como sempre ouvimos, mas por uma boca sadia e com saliva cumprindo o seu papel que não teremos as doenças dos dentes e boca. Escovação é higiene pessoal e não prevenção de cárie. Cárie aparece por falta de saliva em uma boca que não funciona, por ter adquirido hábitos funcionais errados, e respiração bucal, muitas vezes desde o nascimento, com a amamentação na posição errada (com o bebê deitado).