O termo “nevralgia do trigêmeo” (ou “neuralgia do trigêmeo”) já assusta, mas a dor que essa doença provoca é considerada uma das piores que o ser humano pode sentir. O nervo trigêmeo é responsável pela sensibilidade da face, desde a parte frontal do couro cabeludo até o queixo, e a lesão de seu revestimento, chamada de bainha de mielina, acaba provocando um tipo de descarga elétrica, percebida com choques intensos na região.
Como a capa que cobre o nervo trigêmeo tende a se desgastar com o passar dos anos, a maioria das pessoas que sofrem de neuralgia do trigêmeo são acima de 50 anos, embora pessoas mais jovens também podem ser acometidas. A causa dessa lesão no nervo, na maioria das vezes, é indeterminada, porém sabemos que o hormônio progesterona apresenta papel fundamental na bainha de mielina dos nervos, e na falta desse hormônio esteroide os impulsos nervosos ficam prejudicados.
As crises de nevralgia do trigêmeo geralmente são desencadeadas por estímulos sensitivos de pequena intensidade, como o vento, a escovação dentária, a mastigação ou um simples toque na face.
Os cirurgiões-dentistas, assim como os otorrinolaringologistas e os oftalmologistas, normalmente são os primeiros profissionais procurados pelos doentes com nevralgia do trigêmeo, já que as dores ocorrem na região da face. Às vezes pessoas com nevralgia do trigêmeo chegam a tratar canal de dentes ou até mesmo extrair algum dente, pois as dores podem ser confundidas com problema odontológico. Há casos em que os pacientes extraíram todos os dentes e a dor continuou, pois o problema está no nervo trigêmeo e não na boca.
O diagnóstico desse tipo de lesão no nervo pode ser feito com avaliações clínicas detalhadas, e podem ser complementadas por tomografia ou ressonância magnética do crânio. Quando o diagnóstico é confirmado, o tratamento pode se utilizar de medicamentos de uso oral, como os analgésicos e anticonvulsivantes, porém o tratamento que realmente se mostra mais efetivo é a laserterapia, pois o LASER tem a capacidade de estimular a regeneração do tecido nervoso e condução do impulso elétrico pelo nervo. A reposição de hormônios esteroides em falta no organismo, principalmente a progesterona, também terá um resultado positivo na regeneração da bainha de mielina do nervo trigêmeo.
Os medicamentos por si só promovem uma melhora em cerca de 90% dos casos, contudo, com o passar do tempo, é comum que os remédios percam sua eficácia ou que seus efeitos adversos, como a toxicidade hepática, deixem de ser toleráveis. Geralmente, os medicamentos são usados durante vários meses, sendo que a dose pode ser aumentada com o passar do tempo. Quando os medicamentos perdem a sua eficácia, as opções de tratamentos costumam ser cirúrgicas, e podem ser feitas com diferentes técnicas, porém algumas delas podem deixar como sequela a diminuição da sensibilidade do rosto.
Na realidade, com as tecnologias que dispomos hoje em dia no século XXI, como o LASER e a reposição hormonal bioidêntica, técnicas não invasivas e que tratam as causas dessa lesão, podemos considerar inconcebível o uso crônico de medicamentos e cirurgias invasivas, considerando que esses métodos modernos e não invasivos são muito mais eficazes no tratamento das verdadeiras causas dessa disfunção.